"O fim da canção", programa do Wisnik sobre as subjetividades da melodia popular

Vale a pena dar uma olhada nesse podcast do José Miguel Wisnik e do Arthur Netrovski sobre os caminhos da música no século passado e começo desse. É incrível você imaginar como uma inocente entrevista do Chico Buarque (eu acredito na inocência do Chico nas entrevistas, já o Caetano...) falando que a canção tradicional acabou. O podcast não é tão alarmante mas faz considerações gerais interessantes do mega-nerd da música Arthur Netrovski (vale a pena ler o "Nota Musicais", recomendo). E ainda dá pra curtir as músicas no meio das elucubrações!

http://ims.uol.com.br/Home/D695


Abs
Segue abaixo um programa que dá um panorama do Mercado Musical, atual.
Desde a internacionalização da música brasileira aos novos modelos de negócio dentro do cenário musical.

Estética do amador

Seguem abaixo os vídeos que comentamos há duas semanas atrás, exemplos de como o culto à estética amadora vem ganhando espaço na cultura pop contemporânea.

O primeiro é o clip White Limo, faixa do último disco do Foo Figthers, que conta com a ilustre presença do Lemmy Kilmister. O clip é super divertido, e uma clara referência aos anos 90, com direito a walkman, fitas k7, e rollerblades.

O segundo, sugerido pelo Gabriel, é uma adaptação da campanha promocional de um mercado de Ribeirão Preto para video-clip da faixa Lisztomania, da banda de rock indie francesa, Pheonix.

Divirtam-se e comentem!



A Ordem dos Músicos

A Ordem é a entidade de classe dos músicos, como a OAB ou o CREA. Todo músico precisa passar por uma prova e pagar uma taxa periódica para obter a carteira da ordem. Sem ela você pode ser impedido de se apresentar ao vivo.
A banda Mundo Livre comprou uma briga com a Ordem e conseguiu o direito de tocar sem ela. Algumas decisões de tribunais de primeira instância têm dispensado a carteirinha.

Segue um som ! e a letra  também, que é boa até sem a música.










Quem precisa de ordem pra moldar?
Quem precisa de ordem pra pintar?
Quem precisa de ordem pra esculpir?
Quem precisa de ordem pra narrar?
Quem precisa de ordem?


Agora uma fabulazinha
Me falaram sobre uma floresta distante
Onde uma história triste aconteceu
No tempo em que os pássaros falavam
Os urubus, bichos altivos, mas sem dotes para o canto
Resolveram, mesmo contra a natureza, que haviam de se tornar grandes cantores
Abriram escolas e importaram professores
Aprenderam dó ré mi fá sol lá si
Encomendaram diplomas e combinaram provas entre si
Para escolher quais deles passariam a mandar nos demais
A partir daí, criaram concursos e inventaram títulos pomposos
Cada urubuzinho aprendiz sonhava um dia se tornar um ilustre urubu titular
A fim de ser chamado por vossa excelência


Quem precisa de ordem?
Quem precisa de ordem pra escrever?
Quem precisa de ordem?
Quem precisa de ordem pra rimar?
Quem precisa de ordem?


Passaram-se décadas até que a patética harmonia dos urubus maestros
Foi abalada com a invasão da floresta por canários tagarelas
Que faziam coro com periquitos festivos e serenatas com sabiás
Os velhos urubus encrespados entortaram o bico e convocaram canários e periquitos e sabiás
Para um rigoroso inquérito
"Cada os documentos de seus concursos?" indagaram
E os pobres passarinhos se olharam assustados
Nunca haviam freqüentado escola de canto pois o canto nascera com eles
Seu canto era tão natural que nunca se preocuparam em provar que sabiam cantar
Naturalmente cantavam
"Não, não, não assim não pode, cantar sem os documentos devidos é um desrespeito a ordem!"
Bradaram os urubus
E em uníssono expulsaram da floresta os inofensivos passarinhos
Que ousavam cantar sem alvarás
Moral da história: em terra de urubus diplomados não se ouve os cantos dos sabiás


Quem precisa de ordem pra dançar?
Quem precisa de ordem pra contar?
Quem precisa de ordem pra inventar?


Gonzagão, Moringueira
precisa o quê??
Dona Selma, Adoniran
precisa não!
Chico Science, Armstrong
precisa o quê??
Dona Ivone, Dorival
precisa não!



ECAD III

Vão aí alguns textos para quem quiser se inteirar mais da situação


Na Escuta - este texto é delicioso. É da revista Piauí.

Blog do Nassif - o Nassif é um bom conhecedor de música brasileira, mas assim como todo mundo não consegue entender  o direito autoral. Ele sugere uma certa " dívida monstruosa " da Globo com o ECAD. Daria uma boa pesquisa.

ECAD II

Este link mostra a arrecação do ECAD. Os Cd's pararam de ser  vendidos mas a música continua sendo um grande negócio.

ECAD.org.br

Continuando a discussão sobre o ECAD segue o link do site: http://www.ecad.org.br e um roteiro de coisas interessantes para se explorar:



Ecad.Tec Rádio: se você tem um programa na rádio, pode enviar a lista de músicas tocadas a partir desse aplicativo. No entanto, o cálculo proporcional, utilizado hoje em dia, não garante ao artista o recebimento dos direitos. Mesmo que ele esteja na lista.

Associações: o link explica quem são as nove associações musicais que se reúnem no ECAD. Para receber seus direitos, o músico deve se associar a alguma dessas organizações.

Tabela de preços: A tabela é imensa e fornece também um simulador que calcula quando você pagaria. As tabelas são divididas em: uso eventual, uso permanente, rádio/tv, mídias digitais. A partir dessas classificações se aplica a UDA (unidade de direito autoral), que pode ser multiplicada por variáveis do tipo: metros quadrados do recinto, público estimado, etc. Aplicando as cordenadas você chega a cálculos "extremamente objetivos "que diferenciam uma pracinha de uma apresentação de balé, ou uma micareta de um arraial, uma colação de grau de um baile de debutantes e por aí vai. Você pode saber também quanto deve pagar para usar música em um carro de som, rinque de patinação no gelo, terminal rodoviário, serviço de espera telefônica, consultórios, transporte ferroviário, motéis, condomínios e etc. 


Como discutimos na aula, a presença do ECAD em tantos locais indica uma mudança na política de arrecadação da indústria. Uma estratégia que pode estar ligada à queda na venda de Cd's.

Ranking: vale a pena. Você fica sabendo os artistas e as músicas mais tocadas em cada região do país. Pode render uma  pesquisa que relaciona gêneros e regiões do país. 
  Também é legal notarmos que cada tabela exibe apenas 50 músicas.Mesmo que isso pareça natural, indica um modelo de concentração, onde se arrecada de todos e só se distribui para alguns. 
  Essa questão é central para o curso.  Sistemas de arrecadação como o ECAD foram pensados para um modo de produção industrial antigoAs tecnologias da Informação tem um regime produtivo diferente.Não estamos mais concentrados em poucos centros de emissão. É possível criar um modelo que reconheça a diversidade de grupos, modos e lugares. Um sistema que entenda a cultura como manifestação plural, espalhada, distribuída.




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